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17 de dez. de 2007

Um bom ano para Kaká

Milan 4 X 2 Boca Juniors - Que ano espetacular teve Kaká. Com uma atuação extraordinária, ele liderou, no domingo (16), o Milan e levantou mais um troféu: tetracampeão mundial de clubes.
Kaká não teve só um dia perfeito, teve um ano perfeito, que deve acabar nesta segunda-feira, com a eleição da Fifa do Melhor Jogador do Mundo. Votam técnicos e capitães de todas as seleções nacionais. Mas se houvesse voto popular no Japão, ele já estaria com a taça da Fifa na mão.
Não é um concurso de culinária. Os cozinheiros esperam para aplaudir quem foi alimentado por eles. Na saída do hotel, o Milan tem de passar por um "corredor japonês", que cerca de carinho os primeiros tetracampeões do mundo. Dos funcionários que não aparecem aos jogadores mais famosos, palmas para todos eles.
E para a taça, um gesto de admiração. Ela vai passando de mão em mão, vencendo a timidez oriental, até chegar a centenas de fãs que foram dizer adeus. De repente, alerta geral: duas pequenas fãs furam o bloqueio com algo nas mãos. Elas não conseguem o que querem, mas não precisa chorar. Alguém vai entregar o presente que trouxeram para o personagem principal dessa festa que, infelizmente, não pôde esperar.
Kaká não ficou para receber as homenagens. Ele foi antes dos outros rumo a uma festa só para ele. Kaká foi para a Suíça receber o prêmio de Melhor do Mundo. Não, Kaká ainda não foi anunciado como vencedor do prêmio da Fifa. Mas depois do que ele fez na decisão, é claro que vai ganhar.
A tática dos argentinos era simples. Parar o brasileiro e esperar o tempo passar. Quando Kaká tocava na bola, um sinal de alarme era disparado e três ou quatro apareciam na marcação. Mas 90 minutos são uma eternidade diante de um craque que só precisa de alguns segundos para brilhar.
Kaká fez três gols. Dois vão entrar para a história com a assinatura de Inzaghi, que só teve o trabalho de empurrar a bola para as redes. Difícil foi carregar no colo o verdadeiro autor da goleada. O terceiro gol de Kaká foi bem parecido com os outros dois. A única diferença é que como Inzaghi não estava ali, foi preciso levar a bola até o fim.
"Normalmente, quando eu começo a arrancar, vou olhando para o outro lado, para ver quem são os meus companheiros que estão desmarcados e quem está na área. Fui carregando e não via ninguém livre, via o Inzaghi, que estava marcado dentro da área. Aí eu falei, 'não, agora eu vou ter que carregar a bola, vou ter que tentar alguma coisa.' Deu certo, a perninha esquerda ajudou", conta o meio-campo do Milan Kaká.
O brilho de Kaká foi tanto que é fácil esquecer que essa história teve mais personagens. Mas os outros gols foram apenas detalhes de uma noite em que o maior clube argentino perdeu para o mais brasileiro dos times europeus. Foram quatro jogadores do Brasil na partida. O goleiro Dida e mais três. No mesmo estádio em que o Brasil foi pentacampeão, Cafu quebrou mais um recorde.
"Consegui conquistar dois títulos com dois continentes diferentes. Acho que ninguém conseguiu essa façanha, ainda, na história do futebol", aponta o lateral do Milan Cafu.
Kaká venceu porque é justo que o campeão do mundo seja o melhor do mundo. Uma verdade incontestável de domingo, que a segunda-feira só vai confirmar.
Fonte: Jornal Bom Dia Brasil Rede Globo Reportagem: Pedro Bassan (Yokohama, Japão)

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