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17 de mai. de 2016

Características de um empreendedor

Um empreendedor é um indivíduo que não espera as coisas acontecerem, mas é uma pessoa pró-ativa, ou seja, faz as coisas acontecerem. Um empreendedor está altamente motivado, tem boas ideias e sabe como implementá-las de forma a alcançar os seus objetivos. Um empreendedor é alguém que não tem medo de iniciar projetos de uma forma arrojada. Por esse motivo, é bastante comum um empreendedor assumir a direção de uma empresa.
Alguém que empreende acredita no seu potencial, apresenta capacidade de liderança e consegue facilmente trabalhar em equipe. Além disso, o empreendedor sabe que um fracasso é apenas uma oportunidade de aprender e ser melhor, e não se deixa abalar com isso.
As principais características de um empreendedor de sucesso
Histórias de quem abriu a própria empresa e conseguiu um lugar ao sol
Marcus Vinicius Pilleggi
Os segredos do empreendedorismo podem ser descobertos por qualquer pessoa e de qualquer idade. Não é incomum sonhar em seguir as próprias ordens e cuidar do próprio nariz. Fundar um negócio e ser patrão de si mesmo, contudo, pode ser mais complicado do que se imagina. Não basta apenas ter uma boa ideia, é preciso entender o mercado e manter-se atualizado, para que o negócio encontre possibilidades de crescimento. 

Para Sergio Diniz, consultor do Sebrae-SP, o empreendedorismo é um conjunto de comportamentos e hábitos. "Antigamente, imaginávamos que o empreendedor nascia empreendedor, mas hoje sabemos que as características de um empresário de sucesso podem ser adquiridas com capacitação adequada." 

Quem deseja abrir o próprio negócio deve se informar, antes de mais nada. É preciso conhecer o mínimo a respeito da atividade que se pretende desenvolver e do mercado no qual quer se envolver. Familiarizar-se com aquilo que se deseja vender, seja o que for, é essencial. "O empreendedor precisa aprender sempre. Conhecer seu ramo de atividade. Dominá-lo", ressalta Diniz. 

Parte desta capacitação, esclarece o consultor, vem da organização dos recursos do negócio. Todos eles: humanos, financeiros e materiais. Um exemplo. O empreendedor não pode confundir o dinheiro da empresa com o seu dinheiro pessoal. Segundo Diniz, esse é um erro comum. É preciso atentar, também, para a escolha do sócio, discutir as expectativas e o papel de cada um no empreendimento. "Às vezes é mais complicado que muito casamento", brinca o consultor. 

Sérgio Diniz apontou as principais características que um empreendedor deve ter, se preza pelo sucesso de seu negócio. São elas: 

1. Iniciativa: a busca constante por oportunidades de negócios. Estar sempre atento ao que acontece no mercado em que vai atuar; 

2. Perseverança: as dificuldades vão acontecer, até porque o empresário de micro e pequena empresa muitas vezes é solitário. "Não se pode desistir", insiste Diniz; 

3. Coragem para correr riscos: arriscar-se faz parte do ato de empreender. Diniz ressalta que correr riscos é diferente de correr perigo. O empreendedor corre perigo quando está desinformado. Se tem as informações, pode tomar decisões complexas com risco calculado; 

4. Capacidade de planejamento: ter a visão de onde está, onde quer chegar e o que é preciso fazer. Criar planos de ações e priorizá-las dentro do negócio. Monitorar, corrigir e rever. "Isso pressupõe que se avalie as melhores alternativas para alcançar seus objetivos estabelecidos durante o planejamento", afirma o consultor; 

5. Eficiência e qualidade: as pequenas empresas dispõem de menos recursos, então precisam garantir que eles sejam bem aproveitados. É preciso conquistar o cliente, o público alvo e direcionar os esforços; 

6. Rede de contatos: é importante participar de eventos e feiras relacionados ao seu produto. Lembre-se também de que ambientes informais ajudam a formar bons contatos. "A gente começa a desenvolver nossa rede de contatos com a família, amigos, vizinhos e antigas experiências”, diz Diniz. “Deve-se trazer isto para a sua realidade de negócio." 

7. Liderança: "O empreendedor deve ser o líder na sua empresa", afirma Diniz. Ele deve ser um bom ouvinte e deve saber estimular permanentemente a equipe, motivá-la e deixá-la comprometida. "Ele deve também ser um gestor de pessoas", completa o consultor. 

Nas próximas páginas, histórias de quem seguiu pelo menos alguns desses conselhos e abriu o próprio negócio. 


Exemplos:
Pai e filho juntaram-se há 20 anos em uma sala para criar um negócio que hoje ocupa um espaço quatro vezes maior 

Os laços familiares uniram os advogados Rodrigo de Souza e Alexandre Moraes e Souza, pai e filho. Há 20 anos, eles juntaram a experiência de Rodrigo com a energia de Alexandre, em vias de se graduar naquela época, e deram início a um novo empreendimento. "Meu pai era empregado de uma empresa e ficava muito tempo fora de casa. Quando estava próximo de me formar ficou a dúvida do que fazer. Escolhemos ser donos dos nossos narizes", lembra Alexandre. Os dois alugaram uma sala comercial no Rio de Janeiro e começaram a trabalhar com antigos clientes do pai e, por fim, fundaram o escritório de advocacia e consultoria jurídica Moraes & Souza. 

O começo não foi fácil. Para Alexandre, a principal dificuldade foi tornar a empresa conhecida no mercado. "Tem que trabalhar muito, mas se você tem um bom produto e um bom serviço, se procura se atualizar constantemente, seu negócio decola". O advogado ainda ressalta que é preciso saber separar trabalho e família, ou seja, o tratamento deve ser o mesmo entre todos dentro da empresa, e prezar sempre pelo profissionalismo. “Ali dentro, somos todos profissionais trabalhando, não família.” 


Atualmente, o escritório conta com oito funcionários. O negócio que começou em apenas uma sala comercial agora ocupa quatro delas, todas próprias, e a intenção é ter um andar inteiro em breve. Mesmo com as dificuldades, Alexandre, hoje com 44 anos, diz que não trocaria sua vida com a de ninguém, e que se precisasse faria tudo de novo. 

Quanto a ser o seu próprio patrão, Alexandre é categórico. "O espírito de empreendedor é a liberdade, vontade de trabalhar e também de enriquecer. Tem de estar à frente do negócio, porque como diz um ditado de fazenda, 'o olho do dono é o que engorda o gado'", afirma. Para ele, a independência de ser empreendedor vale cada sapo engolido e cada obstáculo enfrentado. Apesar de agora o escritório ter muito mais estabilidade do que quando começou, o empresário diz que não dá para ter 100% de certeza. "Tenho que estar sempre inovando, ter diferencial. Se você trabalhar bem, de forma honesta, a tendência é seu negócio prosperar", acrescenta. 


Imigrante espanhol há 40 anos no mercado de assessoria de arte motiva os filhos a serem seus próprios patrões 

A relação familiar também se fez presente na Vilaseca Assessoria de Arte. A loja que hoje oferece serviços de conservação e valorização de obras de arte, começou vendendo molduras feitas à mão pelo artesão espanhol Jaime Vilaseca, 63 anos, que fundou a empresa há 40 anos, quando era recém-chegado ao Brasil. Os filhos Jaime, Roberta e Manuela Vilaseca começaram a trabalhar na loja por incentivo do pai e deram novo fôlego ao empreendimento. 

Antes de trabalhar com o pai, Jaime Vilaseca Filho, 28, teve uma loja de produtos de artesanato. "Eu vi que tinha dom para negócios e gestão. Sempre trabalhei para mim mesmo, nunca tive chefe e sempre aprendi tudo com meu pai". Ele considera que empreendedorismo é algo nato, um talento com o qual a pessoa nasce, independente de formação. 



Para Jaime Filho, quando se decide abrir um negócio próprio, é preciso conhecer bem o mercado em que se pretende atuar. "É importante conhecer o posicionamento do seu negócio no mercado, saber buscar fornecedores, definir público alvo e saber administrar. Não adianta só ter uma grande ideia". Para ele, a vantagem de ser o próprio patrão é a flexibilidade de tempo. Assim, ele tem mais tempo para a família e até mesmo para pensar em outros projetos. A grande responsabilidade e a aparente instabilidade podem ser vistas de forma negativa, mas Jaime Filho acredita que se pode coordenar tudo, desde que se trabalhe direito. 

Atualmente, a Vilaseca Assessoria de Arte tem três lojas no Rio de Janeiro e 28 funcionários. O empresário já tem em mente outro negócio, que veio com o grande contato com a arte. "Tenho um projeto pessoal de abrir uma galeria de arte", encerra. 

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