Um empreendedor é
um indivíduo que não espera as coisas acontecerem, mas é uma pessoa pró-ativa,
ou seja, faz as coisas acontecerem. Um empreendedor está altamente motivado,
tem boas ideias e sabe como implementá-las de forma a alcançar os seus
objetivos. Um empreendedor é alguém que não tem medo de iniciar projetos de uma
forma arrojada. Por esse motivo, é bastante comum um empreendedor assumir a
direção de uma empresa.
Alguém que
empreende acredita no seu potencial, apresenta capacidade de liderança e
consegue facilmente trabalhar em equipe. Além disso, o empreendedor sabe que um
fracasso é apenas uma oportunidade de aprender e ser melhor, e não se deixa
abalar com isso.
As principais
características de um empreendedor de sucesso
Histórias de quem
abriu a própria empresa e conseguiu um lugar ao sol
Marcus Vinicius Pilleggi
Os segredos
do empreendedorismo podem ser descobertos por qualquer pessoa
e de qualquer idade. Não é incomum sonhar em seguir as próprias ordens e cuidar
do próprio nariz. Fundar um negócio e ser patrão de si mesmo,
contudo, pode ser mais complicado do que se imagina. Não basta apenas ter uma
boa ideia, é preciso entender o mercado e manter-se atualizado, para que o
negócio encontre possibilidades de crescimento.
Para Sergio Diniz, consultor do Sebrae-SP, o empreendedorismo é um conjunto de
comportamentos e hábitos. "Antigamente, imaginávamos que o empreendedor nascia
empreendedor, mas hoje sabemos que as características de um empresário
de sucesso podem ser adquiridas com capacitação adequada."
Quem deseja abrir o próprio negócio deve se informar,
antes de mais nada. É preciso conhecer o mínimo a respeito da atividade que se
pretende desenvolver e do mercado no qual quer se envolver. Familiarizar-se com
aquilo que se deseja vender, seja o que for, é essencial. "O empreendedor
precisa aprender sempre. Conhecer seu ramo de atividade. Dominá-lo",
ressalta Diniz.
Parte desta capacitação, esclarece o consultor, vem da organização dos recursos
do negócio. Todos eles: humanos, financeiros e materiais. Um exemplo. O
empreendedor não pode confundir o dinheiro da empresa com o seu dinheiro
pessoal. Segundo Diniz, esse é um erro comum. É preciso atentar, também, para a
escolha do sócio, discutir as expectativas e o papel de cada um no
empreendimento. "Às vezes é mais complicado que muito casamento",
brinca o consultor.
Sérgio Diniz apontou as principais características que um empreendedor deve
ter, se preza pelo sucesso de seu negócio. São elas:
1. Iniciativa: a busca constante por oportunidades de negócios.
Estar sempre atento ao que acontece no mercado em que vai atuar;
2. Perseverança: as dificuldades vão acontecer, até porque o
empresário de micro e pequena empresa muitas vezes é solitário. "Não se pode
desistir", insiste Diniz;
3. Coragem para correr riscos: arriscar-se faz parte do ato de
empreender. Diniz ressalta que correr riscos é diferente de correr perigo. O
empreendedor corre perigo quando está desinformado. Se tem as informações, pode
tomar decisões complexas com risco calculado;
4. Capacidade de planejamento: ter a visão de onde está, onde quer
chegar e o que é preciso fazer. Criar planos de ações e priorizá-las dentro do
negócio. Monitorar, corrigir e rever. "Isso pressupõe que se avalie as
melhores alternativas para alcançar seus objetivos estabelecidos durante o
planejamento", afirma o consultor;
5. Eficiência e qualidade: as pequenas empresas dispõem de menos
recursos, então precisam garantir que eles sejam bem aproveitados. É preciso
conquistar o cliente, o público alvo e direcionar os esforços;
6. Rede de contatos: é importante participar de eventos e feiras
relacionados ao seu produto. Lembre-se também de que ambientes informais ajudam
a formar bons contatos. "A gente começa a desenvolver nossa rede de
contatos com a família, amigos, vizinhos e antigas experiências”, diz Diniz.
“Deve-se trazer isto para a sua realidade de negócio."
7. Liderança: "O empreendedor deve ser o líder na sua
empresa", afirma Diniz. Ele deve ser um bom ouvinte e deve saber estimular
permanentemente a equipe, motivá-la e deixá-la comprometida. "Ele deve
também ser um gestor de pessoas", completa o consultor.
Nas próximas páginas, histórias de quem seguiu pelo menos alguns desses
conselhos e abriu o próprio negócio.
Exemplos:
Pai e filho juntaram-se há 20 anos em uma sala para criar um negócio que
hoje ocupa um espaço quatro vezes maior
Os laços familiares uniram os advogados Rodrigo de Souza e Alexandre Moraes e Souza,
pai e filho. Há 20 anos, eles juntaram a experiência de Rodrigo com a energia
de Alexandre, em vias de se graduar naquela época, e deram início a um novo
empreendimento. "Meu pai era empregado de uma empresa e ficava muito tempo
fora de casa. Quando estava próximo de me formar ficou a dúvida do que fazer.
Escolhemos ser donos dos nossos narizes", lembra Alexandre. Os dois
alugaram uma sala comercial no Rio de Janeiro e começaram a trabalhar com
antigos clientes do pai e, por fim, fundaram o escritório de advocacia e
consultoria jurídica Moraes & Souza.
O começo não foi fácil. Para Alexandre, a principal dificuldade foi tornar a
empresa conhecida no mercado. "Tem que trabalhar muito, mas se você tem um
bom produto e um bom serviço, se procura se atualizar constantemente, seu
negócio decola". O advogado ainda ressalta que é preciso saber separar
trabalho e família, ou seja, o tratamento deve ser o mesmo entre todos dentro
da empresa, e prezar sempre pelo profissionalismo. “Ali dentro, somos todos
profissionais trabalhando, não família.”
Atualmente, o escritório conta com oito funcionários. O negócio que
começou em apenas uma sala comercial agora ocupa quatro delas, todas próprias,
e a intenção é ter um andar inteiro em breve. Mesmo com as dificuldades,
Alexandre, hoje com 44 anos, diz que não trocaria sua vida com a de ninguém, e
que se precisasse faria tudo de novo.
Quanto a ser o seu próprio patrão, Alexandre é categórico. "O espírito de
empreendedor é a liberdade, vontade de trabalhar e também de enriquecer. Tem de
estar à frente do negócio, porque como diz um ditado de fazenda, 'o olho do
dono é o que engorda o gado'", afirma. Para ele, a independência de ser
empreendedor vale cada sapo engolido e cada obstáculo enfrentado. Apesar de
agora o escritório ter muito mais estabilidade do que quando começou, o
empresário diz que não dá para ter 100% de certeza. "Tenho que estar
sempre inovando, ter diferencial. Se você trabalhar bem, de forma honesta, a
tendência é seu negócio prosperar", acrescenta.
Imigrante espanhol há 40 anos no mercado de
assessoria de arte motiva os filhos a serem seus próprios patrões
A relação familiar também se fez presente na
Vilaseca Assessoria de Arte. A loja que hoje oferece serviços de conservação e
valorização de obras de arte, começou vendendo molduras feitas à mão pelo
artesão espanhol Jaime Vilaseca, 63 anos, que fundou a empresa há 40 anos,
quando era recém-chegado ao Brasil. Os filhos Jaime, Roberta e Manuela Vilaseca
começaram a trabalhar na loja por incentivo do pai e deram novo fôlego ao
empreendimento.
Antes de trabalhar com o pai, Jaime Vilaseca
Filho, 28, teve uma loja de produtos de artesanato. "Eu vi que tinha dom
para negócios e gestão. Sempre trabalhei para mim mesmo, nunca tive chefe e
sempre aprendi tudo com meu pai". Ele considera que empreendedorismo é
algo nato, um talento com o qual a pessoa nasce, independente de
formação.
Para Jaime Filho, quando se decide
abrir um negócio próprio, é preciso conhecer bem o mercado em que se pretende
atuar. "É importante conhecer o posicionamento do seu negócio no mercado,
saber buscar fornecedores, definir público alvo e saber administrar. Não
adianta só ter uma grande ideia". Para ele, a vantagem de ser o próprio
patrão é a flexibilidade de tempo. Assim, ele tem mais tempo para a família e
até mesmo para pensar em outros projetos. A grande responsabilidade e a
aparente instabilidade podem ser vistas de forma negativa, mas Jaime Filho
acredita que se pode coordenar tudo, desde que se trabalhe direito.
Atualmente, a Vilaseca Assessoria de Arte tem
três lojas no Rio de Janeiro e 28 funcionários. O empresário já tem em mente
outro negócio, que veio com o grande contato com a arte. "Tenho um projeto
pessoal de abrir uma galeria de arte", encerra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário