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11 de abr. de 2009

Foram 20 minutos de serenidade e até simpatia com os repórteres. Adriano quer paz, sossego e férias. Só não disse exatamente o que tanto incomoda na I


Leia mais notícias sobre Futebol no Globoesporte.com Em português: “Parei. Estou dando uma parada”, disse Adriano. Em inglês: “vou dar um stop mesmo”, afirmou o jogador. Em italiano, Adriano não falou, nem quer falar. Cansou, enjoou, saturou e jura que não aguenta mais.

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“Chega um momento na vida em que você não aguenta mais. Chegou no meu limite. Eu não estava conseguindo me concentrar para jogar, para eu ter tranquilidade. Então, isso pesou bastante. Não é tão fácil assumir que você está precisando de um tempo”, reconheceu Adriano. Ele deve rescindir o contrato com o Inter de Milão, com quem tem compromisso por mais um ano e três meses. “Assumo toda responsabilidade de multa. Eu sei que foi uma decisão, dessa maneira, errada da minha parte. Foi uma ideia pensada. Não foi de um dia para o outro. Com certeza, eles entenderam a minha situação”, afirmou. Na atual temporada, Adriano fez apenas três gols pelo Inter no Campeonato Italiano. Esteve na reserva da seleção nos dois últimos jogos pelas eliminatórias. Logo depois, passou três dias na favela onde nasceu, na Zona Norte do Rio. “Eu vou na favela. É onde fui nascido, criado e fiz meus amigos. Não deixar de ir na minha comunidade. As minhas raízes estão lá”, contou o jogador. Segundo ele: favela sim, tráfico não. “Se eu falar que nunca vi e que não conheço, eu estou mentindo, porque eu fui nascido e criado lá dentro. Agora, conhecer é uma coisa. Se envolver é outra”, explicou. Alcoolismo, drogas, depressão: ele nega tudo. “Eu nunca tive contato com droga e não sou alcoólatra. Se eu fosse isso tudo, não jogaria futebol, em um clube como o Inter de Milão e na seleção brasileira. Nunca fui acusado de nada. Não vou para clínica nenhuma, porque não sou doente. Não estou doente. Estou precisando ficar perto da minha família e dos meus amigos. Essa vai ser minha clínica: voltar a ser feliz”, apostou Adriano. O sucesso improvável de quem sai da favela para ser um astro internacional do futebol Adriano já conheceu. Agora, ele reescreve sua história com algo ainda mais improvável. Aos 27 anos, não quer mais um contrato milionário, nem os holofotes da fama. “Eu saí daqui muito cedo, com 19 anos. Minha vida virou muito rápido. Eu não tinha nada. Eu morava na Vila Cruzeiro na Penha. Depois, eu já era o Adriano. Depois ainda, Imperador. Essas coisas aconteceram muito rápido. Foi uma das coisas que mexeu muito comigo”, afirmou Adriano. Adriano é mais um caso de atleta brasileiro que saiu do país muito jovem para fazer carreira na Europa. Ele surgiu no profissional do Flamengo aos 18 anos, com um histórico de passagens pelas seleções de base. Os gols no rubro-negro o levaram à seleção principal e de lá para a Europa. O destino era Internazionale de Milão, na Itália. Emprestado aos conterrâneos Parma e Fiorentina, ele voltou ao Inter e despontou como o Imperador. O sucesso se estendeu à seleção, com as atuações decisivas na Copa América de 2004 e na Copa das Confederações do ano seguinte. Depois da morte do pai, o jogador entrou em crise. Foi emprestado ao São Paulo. Após um início complicado, voltou a se destacar na Libertadores do ano passado, mas no retorno ao Inter e à seleção não reencontrou mais o seu melhor futebol. Agora, Adriano pede um tempo.
Jornal do Brasil;

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