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11 de fev. de 2009

Trote vira caso de polícia no interior de São Paulo

Dois universitários foram obrigados a beber e estão internado em coma. Veja imagens de como os calouros foram recebidos.

, Um trote virou caso de polícia no interior de São Paulo. Mas o pai de um dos jovens diz que não foi um trote, e sim crime – um massacre. Calouros do curso de veterinária contam que foram obrigados a fazer barbaridades. A sessão de humilhação, fotografada pelos veteranos, foi parar na internet.

Leia mais sobre Educação no G1 Dois estudantes acabaram no hospital em coma alcoólico. A polícia abriu inquérito para investigar os autores dessa agressão. A região onde aconteceu o caso concentra várias universidades e recebe estudantes do país inteiro. Ontem foi o primeiro dia de aula.

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A cada calouro que chega, é um ritual de humilhações. Alguns não resistem. No banco de trás do carro da família, o estudante de 21 anos está inconsciente de tanto beber. O pai dele, Paulo Sérgio Ferreira, foi buscá-lo no hospital. Para ele, o rapaz foi vítima dos exageros no trote da faculdade. “Ele apanhou com chicote. Não sei quem foi o autor da pancada, mas ele tem lesão no braço e nas costas. Ele também tem dor no corpo todo. A impressão que dá é de que e ele foi jogado numa vala de esgoto, porque ele estava num mau cheiro total. Não sei nem o que falar”, relatou, emocionado, o representante comercial Paulo Sérgio Ferreira. O estudante foi aprovado no curso de medicina veterinária de uma universidade particular em Leme, no interior de São Paulo. Como ele, os alunos foram a vários bares que ficam perto da universidade, onde consumiram grande quantidade de bebida alcoólica. Depois os veteranos submeteram os calouros a trotes considerados humilhantes e violentos. Uma universitária conta o que aconteceu com o estudante que foi levado ao hospital. “Ele recebeu alguns chutes dos veteranos e depois foi sentado numa cadeira. Veio um veterano e chutou essa cadeira até quebrar, derrubando o rapaz, que bateu com a cabeça no chão e saiu sangue. Vendo que o rapaz não estava bem mesmo, levaram-no até uma república tentando reanimá-lo”, disse a estudante. As fotos do primeiro dia de aula foram divulgadas em um site de relacionamento. Nelas, os calouros aparecem sujos, cobertos com o que parece lama. Um estudante foi colocado num tambor. “Os calouros tiveram que passar por uma mistura de esterco e fezes de vários animais. Tinha também animais em decomposição”, comentou outra universitária. A região é conhecida por atrair estudantes de todo o país para universidades públicas e particulares, mas um trote como esse não é comum. A polícia abriu inquérito para investigar se o jovem também foi agredido por veteranos. Já a faculdade em Anhanguera informou, por meio de nota, que repudia qualquer tipo de agressão e que vai abrir sindicância para apurar os responsáveis. Os alunos poderão ser expulsos. Ontem e hoje estão sendo feitas as matrículas da Universidade de São Paulo (USP). Apesar de a universidade incentivar o trote solidário, nem todos parecem ter entendido esse recado. Em um e-mail da faculdade de história da USP, os alunos veteranos são convocados a participar do trote. Na mensagem, eles são convocados a levar tinta e são convidados a participar da “cervejada”, paga com dinheiro arrecadado pelos calouros em pedágios.
Fonte: Rede Globo de Televisão

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