A Bolívia está ainda à beira de desintegração. O continente tenta salvar a democracia e conter a crise política. Choques entre grupos rivais já deixaram 30 mortos. O presidente do país, Evo Morales, decretou a prisão de um dos governadores que lutam por autonomia. Na madrugada desta segunda-feira (15), o presidente se reuniu com a oposição para tentar negociar um acordo.
O fim dos bloqueios de estradas mostrou que a oposição ao presidente Evo Morales decidiu diminuir a pressão para abrir mais espaço para a negociação. Após as mortes dos últimos dias, os radicais dos dois lados parecem ter chegado à conclusão de que é hora de uma trégua.
Os bloqueios e as ocupações de prédios e instalações de gás e petróleo foram organizados por militantes apoiados pelos governadores do leste do país, da chamada Meia-Lua, que fazem oposição ao presidente Evo Morales, acusado de ser autoritário e intervencionista.
A oposição quer mais autonomia para os estados; mudança na nova Constituição, que está para ser referendada; e a restituição de um imposto sobre gás e petróleo que o presidente retirou dos estados. É uma luta antiga, mas desta vez a oposição radicalizou nas ações.
Os choques violentos que aconteceram no estado de Pando, na fronteira com o Brasil, são um obstáculo ao acordo. O vice-presidente Álvaro Linera disse que não negocia com o governador de Pando, Leopoldo Fernandez, a quem chamou de “assassino”.
Álvaro Linera acusa o governador de ter promovido grupos armados de traficantes de drogas da fronteira para atirarem em trabalhadores rurais que apóiam o presidente Morales.
Unasul discute pela primeira vez crise na região
A oposição boliviana teme ser criticada na reunião desta segunda-feira (15) da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), convocada pela presidente do Chile, Michelle Bachelet. O encontro terá a participação de vários presidentes do continente.
O presidente Lula e seus colegas vão discutir a crise boliviana – e presidentes não gostam de governadores que se rebelam e ocupam instalações estratégicas. O presidente Lula embarca nesta segunda-feira (15) ao Chile para o encontro da Unasul.
Em princípio, o presidente Lula não se mostrou muito convencido da necessidade da reunião. Para ele, o encontro não pode ser encarado como uma ingerência em assuntos internos da Bolívia.
O presidente Lula conversou por telefone com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, e disse que a reunião só faria sentido se governo e oposição bolivianos concordassem com o encontro.
Evo Morales anunciou que estará em Santiago nesta segunda-feira (15). Representantes da oposição boliviana pediram para participar da cúpula. Esta será a primeira vez que a recém-criada União de Nações Sul-Americanas (Unasul) vai se reunir para discutir uma crise na região.
Liberada nesta madrugada fronteira Brasil-Bolívia
Depois de uma semana tumultuada, a fronteira do Brasil com a Bolívia foi liberada logo no início da madrugada. O acesso foi garantido à 1h (horário de Brasília).
Os manifestantes já haviam retirado à noite parte da areia que bloqueava a passagem de veículos. O comércio volta a funcionar hoje. A estação ferroviária de Puerto Quijarro também será reaberta.
O fim dos bloqueios de estradas mostrou que a oposição ao presidente Evo Morales decidiu diminuir a pressão para abrir mais espaço para a negociação. Após as mortes dos últimos dias, os radicais dos dois lados parecem ter chegado à conclusão de que é hora de uma trégua.
Os bloqueios e as ocupações de prédios e instalações de gás e petróleo foram organizados por militantes apoiados pelos governadores do leste do país, da chamada Meia-Lua, que fazem oposição ao presidente Evo Morales, acusado de ser autoritário e intervencionista.
A oposição quer mais autonomia para os estados; mudança na nova Constituição, que está para ser referendada; e a restituição de um imposto sobre gás e petróleo que o presidente retirou dos estados. É uma luta antiga, mas desta vez a oposição radicalizou nas ações.
Os choques violentos que aconteceram no estado de Pando, na fronteira com o Brasil, são um obstáculo ao acordo. O vice-presidente Álvaro Linera disse que não negocia com o governador de Pando, Leopoldo Fernandez, a quem chamou de “assassino”.
Álvaro Linera acusa o governador de ter promovido grupos armados de traficantes de drogas da fronteira para atirarem em trabalhadores rurais que apóiam o presidente Morales.
Unasul discute pela primeira vez crise na região
A oposição boliviana teme ser criticada na reunião desta segunda-feira (15) da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), convocada pela presidente do Chile, Michelle Bachelet. O encontro terá a participação de vários presidentes do continente.
O presidente Lula e seus colegas vão discutir a crise boliviana – e presidentes não gostam de governadores que se rebelam e ocupam instalações estratégicas. O presidente Lula embarca nesta segunda-feira (15) ao Chile para o encontro da Unasul.
Em princípio, o presidente Lula não se mostrou muito convencido da necessidade da reunião. Para ele, o encontro não pode ser encarado como uma ingerência em assuntos internos da Bolívia.
O presidente Lula conversou por telefone com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, e disse que a reunião só faria sentido se governo e oposição bolivianos concordassem com o encontro.
Evo Morales anunciou que estará em Santiago nesta segunda-feira (15). Representantes da oposição boliviana pediram para participar da cúpula. Esta será a primeira vez que a recém-criada União de Nações Sul-Americanas (Unasul) vai se reunir para discutir uma crise na região.
Liberada nesta madrugada fronteira Brasil-Bolívia
Depois de uma semana tumultuada, a fronteira do Brasil com a Bolívia foi liberada logo no início da madrugada. O acesso foi garantido à 1h (horário de Brasília).
Os manifestantes já haviam retirado à noite parte da areia que bloqueava a passagem de veículos. O comércio volta a funcionar hoje. A estação ferroviária de Puerto Quijarro também será reaberta.
Fonte: Jornal Bom Dia Brasil, RG
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