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10 de jun. de 2008

Torcedores fazem fila e caravana no Recife para ver a final da Copa do Brasil

Pernambuco registrou nas últimas horas uma invasão em branco e preto. É a torcida do Corinthians, desembarcando para a grande final da Copa do Brasil, nessa quarta-feira (11).
A euforia é corintiana e da torcida do Sport também. Os ingressos do Sport já foram todos vendidos. Eram 32 mil que começaram a ser vendidos nessa segunda-feira (9) e acabaram horas depois. O Corinthians tem dois mil ingressos à sua disposição.
O torcedor do Sport já está chamando o Estádio da Ilha do Retiro de La Bombonilha, uma brincadeira com La Bombonera, estádio do Boca Juniors, que sempre tem uma grande pressão para os adversários.
O Corinthians venceu a primeira partida, em São Paulo, por 3 a 1. Nessa quarta-feira (11), o Sport precisa vencer por 2 a 0, ou por três gols de diferença, para ser campeão.
O torcedor pernambucano está confiando que é isso mesmo que vai acontecer. O Sport jamais conquistou a Copa do Brasil, e nenhum fanático vai querer perder essa conquista, se ela vier nesta quarta-feira.
Qual a sensação de ser o último em uma fila de dois quilômetros e com oito mil pessoas à frente? “O alívio é que chega sempre outro atrás”, revelou o torcedor Everti Spindola.
A fila só fez crescer. A busca incessante pelos 34 mil ingressos para a final. Quem tentou ser esperto: “vá para lá cidadão ou, senão, vá lá no canto da fila. Vá para a fila correta, cidadão”, informava um policial a um torcedor.
O torcedor do Sport teve até que driblar o trabalho pra garantir presença. “Estou demitido”, brincou um outro torcedor.
Fila grande, casa cheia. Outra demonstração de força da torcida que mais compareceu aos estádios nesta Copa do Brasil, depois do Corinthians, claro. Segundo a CBF, 168 mil corintianos contra 126 mil rubro-negros estiveram presentes na arquibancada. Sem contar com o público de dessa quarta-feira.
A aposentada Maria do Carmo vai participar da festa e já garantiu o ingresso. Ela quer garantir o título. Para isso, basta que os jogadores do Sport sigam as instruções da senhora: “pegar a bola sair driblando tudo até fazer o gol”.
Corinthianos invadem Recife para assistir à final
O time do Corinthians já está em Pernambuco, mas não vai ficar no Recife. Ele está hospedado em Cabo de Santo Agostinho, a 30 quilômetros da capital pernambucana, para fugir do foguetório da torcida rival.
E muito corinthiano está deixando São Paulo, rumo a Recife, para torcer na final da Copa do Brasil. O supervisor de vendas Alex Zingarelle já arrumou a mala. A coleção de ingressos é de um torcedor fiel e pé quente.
“Todas as vezes que eu fui viajar para ver o Coringão ser campeão fora, em todas ele foi campeão”, disse o supervisor de vendas.
Alex juntou as economias, dividiu a passagem de avião em seis vezes e está pronto para ver, pela terceira vez, o Corinthians decidir a Copa do Brasil. A mãe de Alex, Janice Frota, já se acostumou com as loucuras do filho. “Não adianta querer falar que não vai que não tem como. Ele vai mesmo”, conta a mãe.
Em 1999, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Brasileiro, ele saiu do batizado da filha direto para o aeroporto. “Comprei uma passagem para as 16h45, o jogo era às 18h em Minas e eu não tinha nem o ingresso. Cheguei lá, contei essa história para o cara da bilheteria. Ele me mandou passar por baixo e acabei entrando no jogo nos últimos instantes”, lembra o supervisor de vendas Alex Zingarelle.
Tanto amor assim pelo time movimentou os negócios de uma agência de viagens. O destino mais procurado nos últimos dias foi Recife. Não pelas praias, mas pela decisão da Copa do Brasil. A procura começou depois que o Corinthians eliminou o Botafogo na semifinal.
“Na sexta-feira, eu já tinha vendido um avião com 136 lugares. A gente teve que ir atrás de outro avião. Depois colocamos outro avião e vendeu outro avião inteiro também”, conta o diretor de empresa Eduardo Colombi.
São 350 torcedores que vão pagar R$ 1,5 mil para ir e voltar no mesmo dia da partida. Apaixonados? Loucos? Nem eles conseguem definir. “Parece que é uma doença. É muito forte. A emoção que a gente tem é inexplicável”, comentou o supervisor de vendas Alex Zingarelle.
Fonte: Jornal Bom Dia Brasil, RG

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