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12 de mar. de 2009

Senadores recebem hora extra mesmo durante recesso

No total, foram R$ 6 milhões gastos em horas extras. Senado ainda não sabe se o gasto vai ser reposto.

O valor total pago em horas extras com funcionários do Senado durante o recesso, as férias parlamentares, é de R$ 6 milhões. Para completar mais um escândalo no Senado, ninguém assume a responsabilidade pelo gasto.

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A ordem para o pagamento foi assinada pelo senador Efraim Moraes (DEM-PB). Ele diz que a responsabilidade é dos chefes de gabinete, mas será que ele não achou estranho o trabalho extra de três mil pessoas durante as férias do Congresso?

Há uma investigação dentro do Senado. O Ministério Público Federal também vai apurar esse gasto de R$ 6 milhões, conforme denunciou o jornal “Folha de São Paulo”.
“Eu acho que ninguém sabia. No dia-a-dia da casa, não se tinha informação disso”, afirmou o senador Tião Viana (PT-AC).
Quem autorizou o pagamento das horas extras sabia, mas não assumiu sozinho.
“O critério de quem estaria apto a receber pelo serviço extraordinário prestado é de responsabilidade exclusiva dos gabinetes parlamentares e órgãos da estrutura administrativa”, declarou o senador Efraim Morais (DEM-PB).
Afinal, quem é o responsável pelo pagamento dessas horas extras?
“A responsabilidade no gabinete é diretamente do chefe de gabinete, porque é ele quem administra pessoal no gabinete”, alegou o senador Almeida Lima (PMDB-SE).
Seja quem for, o fato é que o Senado gastou mais de R$ 6 milhões em janeiro com as horas-extras. A Câmara, que tem mais que o dobro de funcionários, gastou muito menos: R$ 620 mil.
“Eu acho um absurdo. Eu acho que realmente tem que se verificar o que aconteceu e por que isso ocorreu”, afirmou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
O advogado-geral do senado ficou de dar nesta quarta-feira (11) uma resposta sobre as horas extras: se o pagamento em janeiro foi legal e se há justificativa para essas horas a mais trabalhadas. A dificuldade vai ser mostrar quem, de fato, trabalhou mesmo, já que não há controle de frequência no Senado.
“Se houve o pagamento indevido, os que receberam e não trabalharam vão ter que devolver. Nós vamos examinar a maneira como devolver, em quantas parcelas e como vai ser feito. Agora, para isso é preciso que sejam apurados todos os fatos”, declarou o primeiro-secretário do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI).
Alguns senadores não querem o desgaste de esperar nem um dia de investigação e já estão exigindo que os funcionários de seus gabinetes devolvam a quantia recebida durante o recesso.

O curioso é que, mesmo com esses fatos e diante da crise econômica, os parlamentares estão empenhados em aumentar os próprios salários. Querem subir de R$ 16 mil para R$ 24 mil. E as discussões estão avançando.
Fonte: Jornal Bom Dia Brasil,RG

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