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18 de mar. de 2009

Governo estuda mudanças no rendimento da poupança



O presidente Lula também falou para uma platéia atenta. Disse mais uma vez que é hora de os países ricos se unirem para não deixar os pobres sofrerem ainda mais. Defendeu ainda o fim do embargo dos Estados Unidos a Cuba.
“Não existe mais, do ponto de vista político e do ponto de vista sociológico, do ponto de vista da racionalidade humana, nada mais que impeça o restabelecimento das relações entre Estados Unidos e Cuba. Não é possível que a gente continue fazendo no século 21 políticas com o olhar Objetivo é evitar uma perda de recursos dos fundos de investimento. A queda dos juros tornou a caderneta mais atraente do que antes.

Um relatório divulgado segunda-feira (16) pelo banco Morgan Stanley traça previsões ruins para a economia brasileira. Mas em Nova York, falando para empresários americanos, o presidente Lula demonstrou otimismo.

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Foi um Brasil produtivo e próspero que foi apresentado aos investidores em Nova York. Os ministros mostraram números positivos para convencer bancos, fundos de investimento e empresários estrangeiros de que o Brasil não se ressente tanto dos efeitos da crise mundial.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sustentou que o país tem como suportar bem as pressões. “É importante dizer que nós ainda temos bala na agulha, como se diz no Brasil”, afirmou o ministro.
Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, os investimentos na área social, que continuam fortes, são a prova de que o Brasil não corre o risco de quebrar.
“O Brasil está em melhores condições para fazer face à crise. Nós não somos imunes à crise. Nós temos as melhores vacinas”, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
do que aconteceu no século 20. Vamos fazer política pensando no século 22”, discursou o presidente Lula.

Toda a equipe econômica admitiu que o momento não podia ser mais complicado, mas o argumento foi o mesmo: otimismo. O presidente Lula contestou as previsões de retração na América Latina em 2009 e disse que o Brasil vai continuar crescendo.
“Primeiro, esses bancos não acertaram nem na situação deles, quanto mais na situação do Brasil. Nós trabalhamos com a crença de que todos os investimentos que estão previstos e serão colocados em prática pelo governo irão fazer com que a economia brasileira cresça favoravelmente em 2009”, argumentou o presidente Lula.
O presidente anunciou também que a equipe econômica deve se reunir para fazer mudanças nos cálculos da caderneta da poupança.
“Vamos sentar para ver como ela vai ficar. Nós já mexemos há dois anos, quando nós descobrimos que gente que tinha muito dinheiro queria colocar na poupança. Nós mexemos para garantir a poupança apenas para os pequenos poupadores, para quem precisa da poupança. Outros que têm muito dinheiro façam outro tipo de investimento”, finalizou o presidente Lula.
Mudanças na poupança à vista?
O presidente Lula só não disse quais seriam essas mudanças. É um nó que envolve assuntos delicados. Economistas afirmam que a mudança na remuneração da caderneta de poupança é necessária para que ela não se transforme em um impedimento à queda dos juros.
Ou seja, se a remuneração continuar como está, com a poupança rendendo mais que alguns fundos, pode haver uma grande quantidade de dinheiro parado, sem pagar imposto ao governo. A caderneta não paga imposto de renda, e o governo também tem queda na arrecadação.
Mesmo que seja só um troquinho, depositar as economias na caderneta de poupança voltou a ser um bom negócio.
“No começo, eu optei pelos fundos de investimento, porque eram muito maiores do que o da poupança. Mas hoje em dia já a poupança acaba sendo mais flexível com a mesma rentabilidade”, acredita o estudante Fábio Caldeira.
São os reflexos da crise financeira. A turbulência obrigou o Banco Central a baixar os juros para estimular o consumo. Com a taxa em queda, aplicações como os fundos de investimento se tornam menos atraentes, porque o rendimento varia de acordo com o valor dos juros. A poupança é como um porto seguro: não depende do humor do mercado e tem renda fixa.
A tendência é de novas quedas nos juros. Quanto menores as taxas, maior a chance de a poupança ultrapassar o rendimento de outras aplicações financeiras.
“A caderneta me dá segurança pelas vantagens e porcentagens. Lá eu sei que ela está bem guardada”, comenta o vigilante Franklin Cabral.
É bom para o pequeno investidor, mas ruim para a economia. O dinheiro não circula. Os recursos vão só para a área de habitação para financiar a casa própria, o que agrava a dificuldade dos bancos em oferecer outros empréstimos. O governo perde, porque não cobra imposto de renda sobre o dinheiro depositado nas cadernetas.
“O governo perderia arrecadação e a economia perderia financiamentos para o crédito direto ao consumidor, o capital de giro etc. Ou seja, nós já temos um problema hoje com a crise de dinheiro, que está parado. Esse problema se agravaria se o rendimento, por exemplo, dos fundos de investimento ficasse abaixo do rendimento da poupança”, avalia o ex-diretor do Banco Central, Carlos Eduardo de Freitas.
Outra preocupação do governo são os fundos, que são compradores de títulos públicos. Ou seja, o governo emite bilhões em títulos todo mês para rolar a dívida pública. O governo vem estudando várias soluções, mas tudo isso tem de primeiramente passar pelo Congresso.
Fonte: Jonal Bom Dia Brasil, RG

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