Brasil

Brasil
Brasil

29 de jan. de 2009

Governo anuncia corte de R$ 37 bilhões no orçamento

Áreas como ciência e meio ambiente perderam recursos. Obras, educação, saúde, projetos sociais estão preservados.
A crise atingiu em cheio o caixa do governo. A arrecadação de impostos encolheu em dezembro. Ninguém sabe como a economia vai reagir até março.

Até lá, a ordem é cortar gastos.

Leia mais sobre Economia e Negócios no G1
O governo já passou a tesoura no orçamento deste ano. Há menos investimentos. Alguns ministérios vão ter que fazer mais com menos dinheiro. O momento é de eleger prioridades. Como disse o presidente Lula, o governo vai gastar, mas com responsabilidade. O corte ainda é provisório, preventivo, de R$ 37,2 bilhões. É o maior bloqueio de despesas já feito no governo Lula. Mas que pode ser revisto em março, quando a equipe econômica volta a avaliar o tamanho, a extensão da crise, que já mexeu também com o ritmo dos empréstimos que ficaram bem mais caros. Quem usa cheque especial paga caro, muito caro. Em dezembro, os juros de quem entrou no especial chegaram a 174,9% ao ano. “Eu já cancelei meu cheque especial, por causa do juro alto”, conta o servidor público Raimundo Francisco da Silva. “Empréstimo só com os amigos mesmo”, brinca um senhor. O que é difícil entender é a diferença entre o que os bancos cobram e pagam de juros. Eles conseguem levantar dinheiro no mercado pagando em média 13% de juros ao ano. Mas cobram 58% para emprestar esse mesmo dinheiro às pessoas. “É realmente abusivo”, reclama a administradora de empresas Emília Bernardes de Lima. Os bancos argumentam que cobram caro porque temem o calote. A inadimplência de fato subiu. Chegou a 8% no mês passado. Consequência da crise. Crise que já começa a incomodar o Leão. A Receita Federal anunciou arrecadação em 2008 de R$ 700 bilhões - um aumento de quase 8% em relação a 2007. Mas em dezembro houve queda de 5% em relação ao mesmo período de 2007. Redução que deve se repetir nos próximos meses. O que levou o ministério do Planejamento a anunciar um corte no orçamento deste ano. O maior do governo Lula: R$ 37,2 bilhões serão bloqueados. “Nós precisamos manter o orçamento equilibrado nos vamos ter que reduzir gastos para adequar a essa receita que nos estamos perdendo. Vamos tentar não desagradar todo mundo, mas agradar todo mundo não tem a menor possibilidade”, explica o ministro do Planejamento Paulo Bernardo. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e também as áreas da educação, saúde, e projetos sociais não devem sofrer cortes. “Vamos tratar o orçamento com responsabilidade. Vamos gastar apenas aquilo que nós podemos gastar. Agora o que nós preservamos são os investimentos públicos brasileiros. Vamos fazer investimentos. Estão mantidas todas as obras importantes. Vamos tentar cortar o puder em custeio, mas não em investimento”, garante o presidente Lula. Efeitos da crise também no mercado de trabalho. A tendência é de mais desemprego este ano. Na América Latina e Caribe, 2,5 milhões de trabalhadores devem ser dispensados entre janeiro e dezembro. Os números foram divulgados pela Organização Internacional do Trabalho. Se forem confirmados, vão acabar com um ciclo de cinco anos contínuos de resultados positivos.
Fonte:Jornal Bom Dia Brasil, RG

Nenhum comentário: