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7 de jul. de 2008

Manutenção de carro mais caro

Quem vai pegar a estrada nessas férias levou um susto. Qualquer peça ou uma simples revisão numa oficina mecânica virou um rombo no orçamento doméstico. E olha que esse não é o único dos gastos da viagem. Por causa disso, já tem motorista dirigindo com peças com prazo de validade vencido.
Nas oficinas mecânicas os reajustes ultrapassam de longe os índices da inflação. Só para se ter uma idéia, a correia dentada, fundamental para fazer o motor funcionar, aumentou quase 9% só no mês de junho. Resultado: muita gente está deixando a manutenção para depois.
Cada peça que a oficina separa pesa mais na hora da conta. Manter um carro em boas condições Cuidar do carro está mais caro
está custando caro. A inflação acumulada no primeiro semestre deste ano foi de 3,67%. Mas, no mesmo período, um jogo de lonas de freio subiu 28,9% e uma bateria de automóvel ficou 20,45% mais cara.
A inflação do setor automotivo tem explicação. Peças e materiais usados no conserto de um carro, como massa plástica, tinta e cera, são quase sempre feitos de aço ou derivados de petróleo, dois produtos em alta no mercado internacional. Além disso, o mercado de automóveis está muito aquecido. Quando um zero quilômetro é vendido, um usado vai para a oficina.
“A pessoa que quer vender o carro já dá uma ajeitada no veículo antes de vende. Naturalmente, quem compra sempre leva ao seu mecânico de confiança ou ao funileiro de confiança para fazer pequenos reparos. Com tudo isso, o mercado se movimenta”, observa o economista da Universidade de São Paulo (USP), Heron do Carmo.
A alta que assusta os consumidores também traz prejuízos para alguns mecânicos. Depois de mais de uma década de economia estável, o brasileiro está atento aos preços. Qualquer variação é percebida, principalmente se ficar acima da inflação. No caso das oficinas mecânicas, o resultado é imediato. Se o orçamento sobe muito, o movimento cai. Numa oficina em São Paulo, o movimento caiu 30%.
“Quem pode deixar o carro com peça danificada – ou desgastada, melhor dizendo – roda um pouco mais e vem fazer a manutenção quando já esta bem no final do uso de peça”, comenta o dono da oficina, Ildebrando da Silva Filho.
Nem todo mundo corre esse risco. A médica Regina Mello comprou um carro zero quilômetro no início do ano. Ela já percebeu os aumentos, mas não deixou de fazer a revisão.
“Para mim, a manutenção do carro é sagrada. Então, eu realmente não deixo passar o tempo, porque isso é fundamental e envolve a segurança nossa e de todas as pessoas”, acredita a médica Regina Mello.
Os preços de peças de automóveis devem subir ainda mais. Segundo o economista Heron do Carmo, ao longo do ano o aumento acumulado deve chegar a 10%.
Fonte: Bom Dia Brasil, RG

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