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23 de mai. de 2008

CPI DOS CARTÕES CORPORATIVOS

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Depois de oito horas de depoimentos e versões contraditórias, a CPI dos cartões corporativos do governo não conseguiu responder a principal pergunta: quem encomendou a um ex-assessor da Casa Civil informações sobre os gastos sigilosos da presidência no governo Fernando Henrique?
Tem muito parlamentar da oposição defendendo uma acareação entre o ex-assessor do Palácio do Planalto e o servidor do Senado que recebeu o dossiê. Só que o governo tem maioria da CPI e deve evitar o confronto. Na terça, os depoimentos terminaram exatamente como começaram: sem esclarecer nada.
O governo saiu dizendo que o dossiê é caso encerrado. “A questão do dossiê, ou do banco de dados, tem que ser resolvida agora, na Polícia Federal”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
A oposição queria mais. “Era preciso que houvesse uma acareação em cima do compromisso com a absoluta verdade, porque o que um diz, o outro nega”, sugeriu o senador e líder do DEM, Agripino Maia.
O primeiro a falar foi André Fernandes, o assessor do senador tucano, Álvaro Dias, que recebeu o dossiê de gastos sigilosos da presidência no governo Fernando Henrique. Foi logo dizendo que quando chegou o e-mail de José Aparecido Pires, o ex-funcionário da Casa Civil que vazou o dossiê, ele achou que era um recado para a oposição. “Interpretei como intimidação, sim”.
André disse que ouviu de José Aparecido que quem mandou fazer o dossiê foi Erenice Guerra, secretaria-executiva da Casa Civil e braço direito da ministra Dilma Roussef. “Transtornado com a coisa e só falava para mim assim: ‘Foi a Erenice que preparou um dossiê, um banco de dados seletivo’”,
O governo partiu para o ataque. “O senhor foi descrito como homem que trabalha 24 horas por dia contra governo, ex-petista frustrado, raivoso e vazador de informação, principalmente em CPI. E perigoso”, disparou Maurício Quintela (PR-AL).
Depois foi a vez de José Aparecido. Ele chegou protegido por um habeas corpus que dava a ele o direito de mentir na CPI, se quisesse.
No depoimento, José Aparecido negou que Erenice Guerra tenha mandado fazer o dossiê. Disse que nunca conversou com ela ou com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, sobre esse assunto e que enviou as informações por e-mail para um assessor do senador Álvaro Dias, do PSDB, por engano.
“Não tenho memória nem consciência de que anexei arquivo excel no dito e-mail enviado ao André. Se anexei arquivo excel, não houve nesse ato dolo ou ma fé. Isso é, não fiz de maneira deliberada ou premeditada. Se anexei esse arquivo excel foi por engano ou descuido. Foi erro humano”.
Nem os parlamentares do governo acreditaram. “Custa-me acreditar que Vossa Excelência tenha enviado este e-mail sem querer”, afirmou o deputado Silvio Costa (PMN- PE).
Para a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), sem uma acareação, não há mais o que fazer. “Se não tiver acareação, nós não temos como investigar essa questão do dossiê, de quem mandou fazer e dos recursos usados no Palácio do Planalto. Aí, nós temos que partir para o encerramento como íamos fazer antes”.
A sessão vai ser retomada na manhã desta quarta com a votação do requerimento para colocar frente a frente José Aparecido Nunes Pires e André Fernandes.

Fonte: Jornal Bom Dia Brasil , REDE GLOBO

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