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11 de dez. de 2007

Procuram-se executivos. Salário: até R$ 15 mil

A carência de executivos de alto escalão ameaça a expansão da economia brasileira, que, de acordo com projeções do Banco Central, deve crescer 4,3% em 2008. O alerta do risco eminente de um "apagão de talentos" consta de pesquisas de mercado e atinge especialmente setores que experimentam uma nova onda de crescimento, como serviços, siderurgia, petróleo, imóveis, agronegócio, marketing e vendas.Estudo da consultoria DBM, especializada em gestão do capital humano, revela que a procura por executivos em agosto, setembro e outubro deste ano superou em 109% a demanda verificada em igual período de 2006. No trimestre, foram abertas vagas para 4.118 executivos, ante 1.968 em igual período de 2006.
Apenas em outubro deste ano, a DBM registrou procura por 1.724 executivos - volume 143% superior ao do mesmo período do ano passado. A maior demanda, segundo o estudo, está concentrada no eixo Rio-São Paulo.
- Hoje já há várias empresas-chave demandando mais executivos e talentos do que efetivamente conseguem localizar e contratar no mercado local - explica Cláudio Garcia, diretor de relacionamento da DBM. - Como resposta, algumas estão trazendo de volta ao país profissionais que foram expatriados. Outras iniciaram programas de formação e capacitação de talentos para aproveitar o bom momento da economia.
Os dados da DBM revelam ainda que a maior demanda por executivos de janeiro a outubro de 2007 está concentrada entre aqueles que ganham entre R$ 7 mil e R$ 15 mil - faixa de remuneração de 61,7% das vagas abertas para os profissionais de chefia intermediária, gerência e diretores no período.
As vagas para executivos com salários de até R$ 7 mil respondem por 15,5% da base pesquisada, enquanto as vagas com remuneração de R$ 15 mil a R$ 20 mil mensais responderam por 14,2% do total. As áreas de indústria, serviços e informática foram as que mais contrataram.
A pesquisa Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na Indústria Brasileira 2015, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), confirma o aumento da demanda por líderes. Das 128 profissões contempladas pelo estudo, que envolveu 400 empresas, 91% registraram aquecimento da demanda por profissionais de nível superior.

O administrador Rogério Quintanilha não teve dificuldades de encontrar emprego. Com 14 anos de experiência de mercado e dois cursos de pós-graduação na bagagem, foi contratado, em setembro, pela administradora de imóveis Apsa. Sua missão: comandar uma equipe de 25 gerentes para atingir a liderança de mercado em 10 capitais até 2012.
- O mercado imobiliário está aquecido e as empresas estão disputando profissionais qualificados - diz Quintanilha. - Quem estiver preparado e disposto a trabalhar, tem tudo para crescer muito nos próximos anos. Experiência e visão de mercado são fundamentais.
Dados do International Institute for Management Development (IMD) revelam que existem hoje no mundo aproximadamente 33 milhões de executivos. A demanda por esse perfil profissional, no entanto, seria 15% maior.
Jornal do Brasil
Da redação

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