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4 de dez. de 2007

Presos tratados como animais

A falta de vagas na delegacia do município de Palhoça, em Santa Catarina, obrigou a delegada Andrea Rodrigues a amarrar alguns presos com correntes e cadeados nas vigas da varanda do prédio. A responsabilidade, segundo a própria delegada, é do governo estadual. "Dois presos fugiram porque os cadeados eram frágeis demais. Não temos mais vagas e a culpa de toda essa situação é da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina", informa.Entre os que passaram o dia amarrados às pilastras, estavam um traficante preso com cinco pedras de crack, um motorista enquadrado na Lei Maria da Penha por tentar bater na família inteira e outro preso por furtar chocolates. Este último havia escapado de um dos pilares no último sábado, no mesmo dia em que foi preso, também por furto. Estava aprisionado por uma corrente e um cadeado emprestados por um dos policiais. No final da tarde de ontem, um novo preso chegaria do hospital e a delegada já escolhia onde iria colocá-lo: "A hora em que o preso chegar do hospital teremos que escolher uma coluna para ele, porque todas já estão ocupadas. Se hoje não abrir vagas em quantidade suficiente, vamos precisar de novas vigas na delegacia", alfinetou a delegada. Um dos plantonistas da delegacia será processado pelo Ministério Público por tentativa de assassinato. Ele atirou no pé de um dos detentos que conseguiu se livrar das correntes e correr alguns metros. O secretário de Segurança de Santa Catarina, Ronaldo Benedet, não foi encontrado para comentar a situação.

*Foto: Jornal Bom Dia Brasil-Rede Globo,
*Reportagem: Correio Braziliense -Isabella Sout

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