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12 de dez. de 2007

ÍNDICE de Desenvolvimento Humano (IDH)

O ÍNDICE de Desenvolvimento Humano (IDH) foi construído há 25 anos para relativizar a importância da renda per capita como o indicador do nível de desenvolvimento
O ÍNDICE de Desenvolvimento Humano (IDH) foi construído há 25 anos para relativizar a importância da renda per capita como o indicador do nível de desenvolvimento. A idéia foi combiná-la com outros que sugerissem uma medida melhor da "qualidade de vida": a própria "renda per capita", que dá uma idéia da capacidade do cidadão de satisfazer suas necessidades, o nível de educação com a qual ele entende a sua situação no mundo e o nível de sua "saúde", medido pela expectativa de vida ao nascer. As três variáveis formam um conjunto que se fecha sobre si mesmo, onde não há "causa" ou "efeito". O nível de renda depende dos níveis de educação e saúde; a saúde depende da renda e da educação; a educação (o conhecimento), que é o instrumento pelo qual o Homo sapiens sapiens se transforma em cidadão, condiciona as outras duas. Com uma adequada manipulação algébrica, os três indicadores foram sintetizados num único número (o IDH), que foi parametrizado para variar entre 0 e 1. A despeito das peripécias econômicas, políticas e sociais que vivemos no último quarto de século, o IDH do Brasil tem crescido continuamente. Em 1980, ele foi de 0,68; em 2005, registramos 0,80, progresso não muito diferente dos outros países emergentes. O IBGE acaba de divulgar a estimativa da esperança de vida ao nascer para o ano de 2006, que vai ajudar a estimar o IDH. Ela foi de 72,3 anos. Para se ter uma idéia do nosso progresso, em 1980 ela era de 62,6 anos, não muito distante dos demais emergentes. Numa geração, a expectativa de vida ao nascer cresceu 10 anos (16%), enquanto a população total cresceu de 119 para 187 milhões (57%). É isso o que nos distingue dos emergentes. É inútil tentar ignorar o fato de que, em 2030, seremos cerca de 240 milhões de habitantes e teremos de dar emprego para 160 milhões na faixa etária de 15 a 64 anos. Nossa expectativa de vida ao nascer vai continuar a aproximar-se da dos países desenvolvidos. Em 1950, ela era de 67 anos nos EUA e de 53 no Brasil. Em 2006, a diferença é de 78 para 72. Estamos num processo civilizatório (vivendo mais e com mais educação e mais saúde), mas não estamos gerando a riqueza necessária para sustentá-lo no longo prazo com equilíbrio social e econômico. Temos, portanto, que continuar a dar ênfase a políticas sociais bem focadas, que ampliem de forma "percebida" pelos cidadãos o aumento da igualdade de oportunidades, e a políticas econômicas inteligentes, que libertem o setor privado do excesso de regulação governamental, que é uma das maiores travas ao nosso crescimento.

Folha de S. Paulo

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