Brasil

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14 de dez. de 2007

Ainda há vagas, por falta de qualificação.

O sonho de milhões de brasileiros é achar um emprego. Este ano, a procura acabou para quase dois milhões de pessoas, reflexo da economia aquecida. Mas o resultado poderia ser melhor, porque há vagas que não são preenchidas por falta de mão-de-obra qualificada. Quem quer contratar também enfrenta dificuldades, até mesmo para cargos de nível médio. De acordo com o IBGE, esse ano o número de vagas abertas foi o maior desde 2004. Diego está ansioso para chegar o fim do mês. Vai receber o primeiro salário. “Estou esperando para chegar logo esse dinheiro”, diz. Ele foi contratado por uma padaria, recém-inaugurada. Foi um dos poucos selecionados que conseguiram se manter na vaga.
“Estou tendo dificuldade em encontrar mão-de-obra qualificada. Só apareceram pessoas inexperientes, que ficam poucos dias e têm que ser desligados por não saberem ligar com o público”, aponta o dono da padaria Gilberto Janoni. A padaria faz parte de um ramo que ajudou a elevar os índices de contratação de pessoal em todo o país. O setor de alimentos e bebidas aumentou em 4,1% o total de empregos com carteira assinada. Quem procurou emprego na área de transporte encontrou 11,2% a mais de vagas. Nas indústrias de máquinas e equipamentos, 10,9%. “O emprego industrial custou muito a crescer este ano. Se atrasou bastante com relação a indústria. A indústria crescia, crescia gerando uma expectativa de um crescimento industrial que está se confirmando, mas o emprego fica atrás. Agora está começando a mudar o jogo”, afirma o consultor do IEDI Júlio Gomes de Almeida. Emprego tem, mas as empresas insistem na qualificação. Se, no passado, a exigência era o ensino fundamental, hoje elas pedem que o candidato tenha ensino médio, boas noções de informática e cursos técnicos de especialização. É o caso de uma fábrica de motores que abriu 120 vagas para o ano que vem. “O funcionário precisa estar qualificado para lidar com essas máquinas modernas e para entender a mensagem de qualidade e o papel dele nesse processo. Por isso, a qualificação de mão-de-obra é fundamental”, explica o diretor de vendas e marketing José Eduardo Luzzi.
O montador André Liberato ficou um ano desempregado. “A saída foi me aperfeiçoar no que eu queria mesmo e partir em busca dela, curso estudo e batalhar em cima de currículos”, conta.
Agora com emprego seguro, ele passa a dica para quem ainda está em busca de um lugar no mercado de trabalho. “Tem que saber o que quer da vida, estabelecer metas e partir em busca disso”, ensina o montador André Liberato. O desempenho ruim ficou por conta do setor de calçados e artigos de couro, que sofre forte concorrência chinesa. A queda no número de empregos nessa área foi de 9% em outubro. Mas, no geral, foi um bom ano para quem procurou emprego. Na quinta-feira à noite saíram os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do ministério do Trabalho. Segundo o ministério, em outubro foram criadas 200 mil vagas, um recorde desde que o cadastro foi criado, há mais de 30 anos.
Fonte: Jornal Bom Dia Brasil, Rede Globo
Fotos:Pesquisa Web, Jailton Reis

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